terça-feira, 26 de abril de 2011

Homenagens: László Kubala

Eleito o melhor jogador da história do Barcelona, Lásló Kubala é um dos dois únicos jogadores do mundo - ao lado de Di Stéfano -, ter defendido três seleções. E, assim como o argentino, faz parte de um seleto grupo de excepcionais jogadores que não puderam disputar uma Copa do Mundo.
Sua história começa na Hungria em 1927. Filho de um polonês com uma eslovaca, László deu seus primeiros chutes no Ganz. Com 18 anos foi jogar no Ferencváros, onde chegou a marcar 27 gols em 49 jogos. Porém dois fatores o fizeram sair de seu país de origem: a morte de seu pai e o chamado para o alistamento militar.
Kubala fugiu então para o país de sua mãe e passou a jogar pelo Slovan Bratislava. Sua estadia no clube foi curta devido a nova chamada para servir o exército. Porém, um fato marcaria a vida do promissor jogador. László acabou se apaixonando pela filha do treinador, vindo se casar posteriormente.
Enquanto esteve no país, defendeu a seleção nacional da Eslovênia. Sua primeira até então.
De volta a Hungria, jogou por um curto período de tempo no Vasas. Mas a ascensão do comunismo no país o fez fugir novamente.
Irritada com o caso, a federação húngara fez pressão junto a Fifa para punir o jogador, que, na ocasião, defendia a seleção de seu país de origem. Impedido de jogar profissionalmente, Kubala criou o time amador Hungaria, que reunia outros jogadores do leste europeu, que, como ele, haviam fugido de seus países por causa do comunismo.
A equipe conseguiu grandes resultados, sobretudo na Espanha, ganhando de times locais e até da seleção nacional, que se preparava para a Copa do Mundo de 1950.
Devido ao sucesso, o Barcelona se interessou pelo jogador e insistiu para que a Fifa liberasse o jogador da suspensão. A entidade acabou cedendo e, para que Kubala se sentisse em casa, o clube espanhol contratou seu sogro para ser treinador da equipe.
A parceria deu certo e o Barça foi campeão espanhol nos dois anos seguintes, fazendo com que o clube se tornasse o maior vencedor do país.
Em 1953, o clube começa uma briga com o pequeno Real Madrid - time de pequena expressão até o momento - por Alfredo Di Stefano. A equipe da capital leva a melhor e, com o argentino em campo, se tornaram uma potência mundial. Faturaram cinco títulos espanhóis e as três primeiras edições da Ligas do Campeões.
Em 1958, na tentativa de ajudar seu clube, Kubala indica a contratação de seus compatriotas Kocsis e Czibor. O pedido foi atendido e, junto com o brasileiro Evaristo de Macedo, o trio húngaro levou o Barça ao título espanhol daquele ano. Com a conquista, ganharam uma vaga para a Champions do ano seguinte.
Nesse momento, a rivalidade com o Real se acirrou com os confrontos de ambos pela Liga. O time da capital levou a melhor naquela edição. O troco veio na edição do ano seguinte. Barcelona e Real Madrid se enfrentaram nas oitavas de final e, dessa vez, os catalães levaram a melhor. Porém, apesar de chegarem como favoritos à final, perderam o título para o Benfica.
A derrota marcaria a aposentadoria de Kubala ainda naquele ano, devido a seguidas lesões. Torna-se então o técnico do time, ficando até 1965. Depois de 15 anos no clube catalão, Lászlo foi para o rival da cidade, Espanyol, onde conciliou os cargos de jogador e técnico.
Kubala ainda fez o mesmo em times da Suíça e do Canadá, até que no São Francisco Golden, dos Estados Unidos, foi apenas jogador. Na ocasião, o técnico era seu compatriota, o fantástico ex jogador Ferenc Puskas.
Posteriormente, Kubala treinou algumas equipes, em sua maioria na Espanha, onde chegou a ser técnico da seleção principal.
Kubala veio a falecer em 17 de maio de 2002, com 74 anos. Seu último trabalho dentro do futebol foi à frente da seleção paraguaia, na Copa América de 1995.

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